sexta-feira, 20 de abril de 2007

Motos em alta

Leio que um chinês sofreu acidente de moto e ficou com uma espécie de amnésia parcial, ou seja, lembra de tudo, menos da esposa. Ao visitá-lo no hospital sua mulher ficou surpresa ao não ser reconhecida pelo marido motoqueiro que apontou para ela e perguntou para a filha: “Quem é essa mulher?”.
Consta que a procura por motos cresceu violentamente nas revendas.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Malhação de Judas

Confesso que fiquei um tanto incomodado com a cobertura que a mídia deu neste final de semana de Páscoa às manifestações populares da tradicional “malhação de Judas”. De repente me pareceu tão fora de lugar aquilo tudo. Crianças sendo estimuladas por adultos a descarregar ira e ódio em bonecos de pano, tudo em nome do que cara-pálida? Em nome da tradição. O simples rótulo de respeito à tradição não isenta certas práticas do anacronismo. Veja-se a famigerada “farra do boi” praticada em Santa Catarina. A condenação é geral, mas seus adeptos são serenos em sua posição: estão apenas preservando uma tradição.
Ou seja, nem toda tradição é imune à passagem dos tempos. A vida muda, a sociedade muda, as pessoas mudam. E o que era certo hoje pode não ser exatamente correto amanhã. Exemplos de revisão histórica estão aí a todo o momento desfazendo nossas crenças. Heróis de barro são destruídos e vilões históricos passam a ser vistos com olhos mais condescendentes.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Governo descontrolado


Forjado nas lutas dos movimentos sindicais dos anos 70 e 80, Lula mudou de lado no balcão das negociações com os controladores grevistas. Pressionado pelo risco do mal maior no caos dos aeroportos (como se pudesse piorar a situação) cedeu às reivindicações dos controladores descontrolados. Por telefone, dos EUA onde estava reunido com Bush (será que encontraram o Ponto G dessa vez?), Lula deu ordens para atender às solicitações dos grevistas e, para indignação dos militares, suspendeu qualquer possibilidade de punição aos grevistas paralisados, num flagrante desrespeito à hierarquia.
O presidente esqueceu, ou não levou em consideração, o fato de que os controladores de vôo estão submetidos ao código militar, portanto, patrocinavam um ato de insubordinação. O resultado da negociação foi o que se viu: aviões voando e militares bufando. A tranqüilidade voltou aos aeroportos, mas as casernas explodiam de indignação.
Num episódio repleto de equívocos, que se prolonga por vários meses, o governo federal inicialmente fingiu que não tinha nada a ver com o assunto. Depois tratou o tema como um assunto menor. Por fim, quando resolveu entrar em cena, foi para pagar o mico de exigir data e hora para a solução (esquecendo que ele próprio era parte do problema e da solução) e quando agiu de fato trocou tudo de lugar e se atrapalhou tomando uma decisão apressada e equivocada.
Com tudo isso Lula pagou o preço da inépcia em conduzir o assunto e, induzido pelo ranger de dentes dos generais, acabou voltando atrás na negociação inicial com os grevistas. Como se não faltasse nada nessa ópera bufa, o presidente Lula acaba por agradecer aos controladores de vôo pela quase ausência de problemas no feriado da Páscoa. Ou seja, agradeceu aos controladores por simplesmente cumprirem com seu dever. Não era uma obrigação. Não era um favor. Enfim, quando vier a solução desta crise não serão apenas os aviões que irão pro espaço. A credibilidade de um governo descontrolado também.

terça-feira, 3 de abril de 2007

1000 vezes Romário


Nesses dias que correm não dá outra. A pauta festiva da hora é o gol 1000 do baixinho Romário. Mais badalado do que os Jogos Pan-americanos, para ficarmos na área esportiva, o tão aguardado milésimo gol do craque marrento está dominando as manchetes há várias semanas. Enquanto Romário não acerta as redes a mídia se diverte cobrindo diversos aspectos desse fato. Todos os ângulos da questão já foram abordados. Todas as comparações já foram feitas. Estamos próximos do esgotamento. Vai lá Romário, faça esse gol 1000 de uma vez por todas. Não agüentamos mais tantas elegias, tantos elogios, tanto oba-oba, tanta babação de ovo, tanta tietagem explícita. Faça logo o 1000, Romário. Livre o Jornal Nacional do constrangimento. Na edição de segunda-feira, com tudo pronto para a super cobertura do 1000º gol, que deveria ter acontecido no domingo, o JN contentou-se em dedicar vários minutos da edição noticiando um gol que não houve. Faça logo o gol 1000, Romário, e pendure as chuteiras em paz.